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Quando Nietzsche chorou

Atualizado: 21 de abr. de 2020



Já pensou se Nietzsche se encontrasse com Freud?


Tal encontro, embora possível, é bastante improvável. Mas nada que impeça o exímio autor Irvin Yalom de imaginá-lo e transformá-lo num dos muitos atrativos de seu livro.


No enredo criado por ele, Friedrich Nietzsche, em meio a uma de suas muitas crises existenciais, desperta a preocupação de uma amiga próxima, que tenta convencê-lo a procurar um terapeuta que o ajude a atravessar a depressão. Como ele rejeita veementemente a ideia, ela trata de elaborar estratagemas que o induzam ao tratamento.


Apenas a trama de como levá-lo ao médico já é interessante o suficiente para prender-nos à leitura.


Acontece que a psicanálise ainda não existia como uma ciência estruturada, estabelecida. Assim, o profissional procurado é Josef Breuer, outro personagem histórico. No final do século XIX, Breuer experimentou novas maneiras de aliviar sintomas da histeria de uma paciente, como a hipnose e a então nascente “terapia da conversa”. Além disso, ele foi uma das principais influências sobre o jovem Sigmund Freud, que aparece em várias cenas do livro, em discussões a respeito deste e outros casos, e a respeito de conceitos embrionários do que viria a ser sua abordagem.


Apesar de sabermos que as crises de Nietzsche fornecem vasto material do qual ele extrai elementos para desenvolver sua filosofia, Breuer fica sinceramente apreensivo com sua propensão ao suicídio. E é difícil dizer se os diálogos travados entre os dois são melhores ou não do que seriam se tivessem de fato acontecido.


Irvin Yalom é um psiquiatra norte-americano de ascendência russa, muito conhecido por este e outros best-sellers como, por exemplo, O Carrasco do Amor, e A Cura de Schopenhauer.


Este é um livro para agradar fãs da filosofia, da psicologia, de romances ou de tudo isso ao mesmo tempo.


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